segunda-feira, 17 de julho de 2017

The Vampire Diaries - 1ª à 8ª Temporada (Crítica)

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 "The Vampire Diaries" e/ou "Os Diários de um Vampiro", em tradução livre, baseado em livros do mesmo nome escritos pela autora L.J. Smith, estreou nas televisões norte-americanas, através do canal The CW, um ano após o lançamento do primeiro filme da franquia Crepúsculo (Também baseado em livros relacionados a mitologia sobre vampiros e lobisomens), com a forte presença de uma sensação de oportunismo, mas, o material que foi entregue aos fãs desta rica de mitologia de seres sobrenaturais foi um fator decisivo para tornar a série única e diferenciá-la de Crepúsculo. 
  A série, durante sua primeira temporada, apresentava uma premissa simples: Dois irmãos, Stefan (Paul Wesley) e Damon (Ian Somerhalder) Salvatore que haviam disputado o amor da mesma mulher, a sedutora vampira Katherine Pierce (Nina Dobrev) no passado, retornam para Mystic Falls, onde passam a disputar o amor de uma versão "mais nova" de Katherine, a sedutora mortal Elena Gilbert (Nina Dobrev), que na mitologia da série é explicada como sendo uma duplicata/doppleganger da personagem; a cidade, que até, então, era pacata e normal, começa a ser permeada por acontecimentos sobrenaturais e ser ameaçada constantemente. 
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  Após sete excelentes temporadas com vilões ótimos, onde os fãs foram "presenteados" com a introdução da vilã Katherine Pierce aos tempos modernos, afinal, durante a primeira temporada inteira a personagem apareceu apenas através de flashbacks que explicavam e revelavam mais sobre o passado dos irmãos Salvatore até o momento em que ambos foram transformados em vampiros; a introdução da mitologia dos vampiros Originais e do vilão Niklaus Mikaelson, que trilhou um longo caminho evolutivo até se tornar um anti-herói bom o suficiente para estrelar sua própria série no mesmo canal, The Originals; a transformação da protagonista Elena Gilbert em uma vampira durante o momento em que finalmente escolhido um dos irmãos; entre, outros elementos que foram muito importantes para a evolução da série em si. 
 No entanto, após seis temporada com uma trama bem explicada e com elementos bem definidos, a sétima temporada foi o ponto crucial para a perca de elementos fundamentais, além de ter sido um tanto quanto confuso a partir de seu terceiro arco que envolvia o personagem Julian como vilão; a introdução da personagem Rayna Cruz, uma caçadora sobrenatural com conexões com a Irmandade dos Cinco, uma ordem de caçadores sobrenaturais; e a introdução do The Armory/Arsenal, uma organização secreta de colecionadores, que embora, fosse um elemento fundamental para a oitava e última temporada não foi bem explicado durante os últimos episódios. 
  A sétima temporada começou de modo excelente, desenvolvendo os Hereges (Seres sobrenaturais, que na mitologia da série, são híbridos entre bruxos-sifões e vampiros) e Lily Salvatore, ambos elementos introduzidos durante os últimos episódios da sexta temporada; e a passagem de protagonismo para personagens, que até então eram coadjuvantes, mas, que possuíam importância na trama das temporadas, como Bonnie Bennett, Caroline Forbes, Alaric Saltzman, afinal, na temporada anterior, a atriz Nina Dobrev (Elena Gilbert e Katherine Pierce), havia decidido deixar o elenco principal após o término do último episódio (I'm Thinking of You All the While). 
 Porém, os dois últimos arcos da sétima temporada não são totalmente ruins. Durante o decorrer dos episódios, desde a sexta temporada, houve um desenvolvimento maior do relacionamento entre os personagens Bonnie Bennett e Damon Salvatore, culminando em momentos marcantes nos dois últimos episódios da temporada, quando a personagem se torna uma caçadora após Rayna Cruz, em um sacrifício muito semelhante ao que a tornou uma caçadora, "transferir" sua última vida a bruxa, morrendo e transformando a outra em uma caçadora sobrenatural e a forçando a caçar seus próprios amigos. 
 Embora, esse seja um elemento que já tenha sido explorado anteriormente na quarta temporada, durante a transição de Elena Gilbert de humana para vampira, quando o personagem Jeremy Gilbert se tornou um caçador sobrenatural da Irmandade dos Cinco, ele continua a funcionar dentro da trama da série, mesmo que os fãs, por vezes, por sentir aquela sensação de já terem visto aquilo antes. Esse elemento poderia não funcionaria se acontecesse com os mesmos personagens envolvidos exatamente no mesmo contexto, mas, funciona quando são personagens diferentes envolvidos em um contexto diferente com uma proposta semelhante. 
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 A série começou sua oitava e última temporada demonstrando que muitos dos elementos que antes eram fundamentais para as temporadas anteriores eram passíveis de reparação constante ou seja, elementos como morte, medo e risco não funcionavam mais dentro da proposta da trama desta última temporada.  
 Essa temporada, com as demais temporadas, introduziu um inimigo, que é tido como invencível, mas, sempre ao pisar na cidade e ao se colocar diante dos protagonistas, é derrotado. Embora, tenha sido parcialmente boa, o enredo da temporada foi um tanto quanto confuso introduzindo o mito sobre sereias e o relacionado com a formação do Inferno, que perdurou durante os dezesseis episódios. 
 Com a introdução destes contextos, infelizmente, a série retornou a hábitos, que após algumas temporadas haviam se tornado cansativos, como "desligar/ligar a humanidade"; "quebrar ou realizar feitiços"; "visitar outras dimensões"; e "quase morrer/quase matar alguém importante para outro personagem, além de ter se entregado para um clichê presente em outros filmes e séries, a presença de um único artefato capaz de derrotar o inimigo, que desta vez, era o próprio diabo ou como chamado na série, Arcadius/Cade. 
 Embora, os contextos (Mito sobre sereias e a formação do Inferno) tenha sido introduzidos de modo confuso, o roteiro do último episódio (I Was Feeling Epic) tomou decisões acertadas em relação ao destino da maioria de seus personagens, além de realizarem "grandes viradas" durante o episódio. O roteiro também reservou um destino chocante a um dos irmãos Salvatore, mas, ao mesmo tempo em que isso aconteceu, lhe ofereceu espécie uma justiça poética, mesmo apelando para closes lacrimosos e a canções pop de fundo capazes de realizar um efeito emocional eficiente com seu público. E independente das bobagens sobre matar Arcadius/Cade e destruir o Inferno, além de desenvolverem as sereias como mensageiras de Cade, o final da série reencontrou uma dignidade ao falar sobre o que deveriam ter falado desde temporadas anteriores: amor entre dois irmãos que tinham tudo para se odiarem. 

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