sábado, 27 de maio de 2017

Arrow (5ª Temporada) - Crítica.

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 Se existe algo que Arrow ainda consegue fazer, tanto de modo bom quanto de modo ruim, é surpreender os seus fãs a cada episódio. Após duas temporadas com vilões sem profundidade, coreografias terríveis nas cenas de lutas, pouco desenvolvimento de seus personagens secundários, decisões um tanto quanto ruins (Principalmente relacionada a um determinado personagem durante a quarta temporada - Decisão que será comentada futuramente) e tentativas terríveis de forçar os fãs, principalmente aqueles mais conectados aos quadrinhos, a aceitarem um relacionamento sem pouco desenvolvimento e um tanto quanto enjoativo entre Oliver e Felicity, Arrow finalmente conseguiu acertar em seu roteiro ao apostar na questão de legado. Desde modo, então, podemos dizer que essa quinta temporada foi a "Temporada dos Legados".
 O início da narrativa de Oliver Queen/Arqueiro Verde foi marcada pela bem-sucedida tentativa de uma abordagem mais realista dos acontecimentos ou seja, a abordagem que mais se aproximasse do tom sombrio dos filmes de Batman, dirigidos por Christopher Nolan. Durante as duas primeiras temporadas (Marcadas pela introdução de Sara Lance como Canário, Malcolm Merlyn como vilão Arqueiro Negro, introdução da Liga dos Assassinos através de Nyssa e Slade Wilson, um dos personagens mais bem desenvolvidos) isso funcionou perfeitamente bem, de modo que quando os fãs assistiam, podiam sentir a sensação de insegurança e o quão corrupta e sombria era Starling City, mas, durante a terceira e quarta temporada (Marcadas pela introdução definitiva da Liga dos Assassinos, Laurel Lance como Canário Negro, a morte de Ra’s Al Ghul por Oliver Queen, a introdução de Damien Darhk e a questionável morte da Canário Negro) esse foco narrativa se perdeu quando os roteiristas decidiram retirar o personagem e seus companheiros de seu “nicho de conforto” e introduzi-los a mitologia de suas séries-irmãs The Flash e DC’s Legends of Tomorrow (Linhas temporais, elementos sobrenaturais, versões alternativas e o Multiverso).
  Isso poderia ter funcionado? Claramente podia, afinal, seria interessante para qualquer fã ver tanto Oliver quanto os demais personagens serem introduzidos a questões de linhas temporais e viagens no tempo, a elementos sobrenaturais dos quais não estavam acostumados e versões alternativas de si mesmos, mas, o problema é que os roteiristas não foram capazes de trabalhar essas introduções de modo simples. No final, os fãs acabaram com um produto ruim cheio de decisões ainda piores, mas, aparentemente, na quinta temporada, eles (Roteiristas) finalmente perceberam onde era o lugar do personagem dentro do chamado Arrowverso e então, decidiram trabalhar com as consequências e os legados deixadas nas duas temporadas anteriores e foi onde a série finalmente conseguiu sua redenção.

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 Felicity Smoak que vinha se tornado uma personagem cada vez mais cansativa dentro da série pelo simples fato de estar envolvida em tramas, que podemos considerar também como sendo fúteis dentro do enredo, finalmente conseguiu uma trama que era capaz de demonstrar o tamanho do potencial que a personagem possuía em relação a computadores e o legado que sua versão mais jovem (Introduzida no quinto episódio da terceira temporada “Secret Origin of Felicity Smoak) havia deixado para trás.
  Os vilões voltaram a ter a complexidade e o desenvolvimento que possuíam nas duas primeiras temporadas, principalmente, Prometheus, que parecia ser uma excelente mistura de personalidades e características dos vilões Malcolm Merlyn/Arqueiro Negro e Slade Wilson/Exterminador e os personagens secundários voltaram a ter o desenvolvimento, a complexidade e as reviravoltas que outrora possuíam, dentre eles, podemos citar a personagem Evelyn Sharp/Ártemis (Introduzida na quarta temporada no décimo nono episódio “Canary Cry”) que começou a temporada como uma das recrutas, mas, após uma reviravolta chocante se revelou uma traidora; e o personagem Roy Regan/Retalho, um dos novos recrutas também, que havia se tornado um vigilante após ter sobrevivido ao míssil lançado por Felicity na temporada passada e pode ser considerado como uma das poucas representações de elementos sobrenaturais na nova trama.
  As novas tramas, em sua maioria relacionada a legados das temporadas anteriores como mencionado um pouco acima, foram envolventes dentro dos vinte e três episódios. Entre essas tramas podemos citar a da nova Canário Negro/Dinah Drake (Introduzida no décimo segundo episódio “Second Chances”) totalmente relacionada ao legado deixado pela Canário Negro/Laurel Lance após sua morte e a de Oliver Queen como prefeito. Definitivamente uma temporada de redenção e legados.

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 Um parágrafo em especial deve ser deixado para a personagem recém-introduzida Canário Negro/Dinah Drake. Após ter sido anunciada como a nova heroína a assumir o manto deixado por Laurel Lance na série, muitos fãs criticaram os roteiristas por criarem uma personagem nova ao invés de colocarem a versão alternativa da Terra-2 de Laurel, a vilã Sereia Negra introduzida no penúltimo episódio da segunda temporada de The Flash e em Arrow no décimo episódio, intitulado "Who Are You?" focado completamente nela e nas consequências de Oliver ter assassinado o par romântico de Felicity, Billy Malone, ao ser manipulado pelo vilão, mas, as vezes, inovar se faz necessário. Laurel Lance foi uma excelente heroína, tanto durante o dia quanto durante a noite, mas, chegou o momento dos fãs permitirem que uma nova personagem assuma o manto e possamos ver nossa amada personagem de outro modo como uma vilã. É provável que Dinah não use o uniforme de Laurel e adote para si mesma um uniforme com possíveis referências ao de sua personagem nos quadrinhos de DC Renascimento como aconteceu no último episódio. Outro ponto alto da introdução de Dinah foi que os fãs, pela primeira vez, puderam ver uma batalha entre "Canários" no último episódio, mesmo que curta, foi excelente ver duas ótimas personagens lutando e fazendo uso de seus poderes meta-humanos.
  E quanto a Sereia Negra? Mesmo sendo uma vilã há ainda muito que pode ser desenvolvimento nela, afinal, o que suas aparições nos episódios deixaram bem claro é que ela não é totalmente má, mas, sim uma pessoa que ao ganhar seus poderes na Terra-2 e perder seu Oliver Queen começou a ir para um caminho um tanto quanto mais sombrio e acabou se tornando quem é. O modo como ela foi usada dentro da trama como parte do plano de Prometheus para mexer e destruir lentamente as defesas do psicológico de Oliver foi excelente. Um destaque deve ser feito aqui, a cena de encontro entre ela e Quentin Lance foi extremamente tocante, não deve haver um fã que não se sentiu tocado com a reação de Quentin ao ver a versão alternativa de sua falecida filha. Talvez, na sexta temporada, a vilã comece a ser desenvolvida para conseguir um arco de redenção e possivelmente, ela se torne parte da Equipe Arqueiro/Team Arrow. 

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Os flashbacks, mesmo que cansativos após quatro temporadas inteiras, continuaram a aparecer; desta vez na Rússia e relacionados à Bratva; e um dos pontos altos que pode ser mencionado é a introdução da personagem Talia Al Ghul (Introduzida na primeira temporada de DC’s Legends of Tomorrow como uma versão mais nova). O lado bom é que quando a próxima temporada começar, os fãs não verão mais os flashbacks da versão mais jovem de Oliver Queen e cheia de furos no roteiro, e um dos pontos negativos é a continuação do plot twist “Não sou mais o Arqueiro assassino”, algo bem desgastado durante as temporadas.
  Um parágrafo em especial deve ser deixado para Talia Al Ghul. Quando a personagem apareceu no décimo segundo episódio, todos os fãs pensaram que ela estaria presente apenas em flashbacks e seria o último ponto de conexão entre Oliver e seu Arqueiro interior, mas, foi surpreendente vê-la nos tempos atuais da série, atuando ao lado de Prometheus para se vingar da morte de seu pai, Ra's Al Ghul, no último episódio da terceira temporada. Desde o momento em que a personagem apareceu, muitos fãs desejaram ver uma luta entre ela e sua irmã, Nyssa, e foi exatamente o que aconteceu no último episódio. Os diálogos antes do embate foram excelentes, todos os sentimentos que uma tinha pela outra expostos de modo brilhante, deixando claro que uma culpava a outra por certo acontecimentos no passado, tudo bem-feito, mas, que a luta, assim como a de Sereia Negra e Dinah Drake, tenha sido curta, mas, bem coreografada, o que é importante dentro de uma série de super-heróis, principalmente como Arrow, onde não há presença de habilidades e poderes como há em séries como The Flash e Supergirl. 

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  O passado, muito reformado até o oitavo episódio (Parte do grande crossover entre as séries-irmãs da The CW – Supergirl, The Flash e DC’s Legends of Tomorrow), foi reunido no centésimo episódio (Um marco importante para qualquer série, afinal, alcançar o episódio cem é algo que não acontece sempre) que apresentou uma atmosfera mais semelhante às duas primeiras temporadas com a aparição de Moira e Robert Queen, e Laurel Lance, e o casamento entre Laurel e Oliver. 
  Arrow acertou em apostar em um vilão não com foco em destruir Star City como os demais vilões (Malcolm Merlyn – Primeira Temporada/ Slade Wilson – Segunda Temporada/ Ra’s Al Ghul – Terceira Temporada/ Damien Darhk – Quarta Temporada), mas, em destruir o psicológico do protagonista, não matá-lo, mas, destruí-lo de modo irreparável de dentro para fora. Outro acerto também foi terminar a temporada não com cenas pós Star City ameaçada, mostrando cada um dos personagens seguindo um caminho diferente que de modo ou de outro irão se cruzar na próxima temporada, afinal, desta vez, a cidade não estava sob a ameaça. O modo como a temporada terminou pode ser considerado como uma metáfora para o fim de um ciclo de cinco anos, a explosão de Lian Yu com praticamente todos os personagens nela, tanto heróis quanto vilões, representa o fim dos flashbacks, o fim do passado da série e o fim da transformação do Oliver Queen jovem no Arqueiro que conhecemos nas primeiras temporadas.

  A quinta temporada foi uma surpresa agradável para os fãs. Se a sexta temporada for tão boa quanto sua antecessora em pouco tempo, os fãs serão capazes de perdoar os roteiristas pelo fiasco da terceira e quarta temporada. 

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