sábado, 27 de maio de 2017

Marvel's Agents of S.H.I.E.L.D. (4ª Temporada) - Crítica.

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 Temporada após temporada, Marvel’s Agents of S.H.I.E.L.D. vem conseguindo surpreender cada vez mais os fãs explorando territórios que pouco provavelmente seriam explorados com a mesma profundidade nos filmes do UCM (Universo Cinematográfico Marvel). Se a série foi capaz de surpreender ao desenvolver as questões Inumanas apresentando personagens totalmente novos assim como locais, era de se esperar que mesmo fosse acontecer ao misturarem a ficção-científica com o sobrenatural/místico.
  A equipe, que já havia lidado com organizações criminosas como Hidra, consequências de acontecimentos dos filmes do UCM e assuntos alienígenas (Relacionados aos Inumanos), se viu em um território diferente no início desta quarta temporada ao serem introduzidos a Robbie Reyes/Motorista Fantasma e ao “livro mágico” chamado Darkhold/Tomo Negro, ambos elementos centrais no primeiro de três arcos relacionados entre si. Esse primeiro arco terminou com a passagem do Motorista Fantasma para uma dimensão alternativa, o que muitos fãs pensaram ser o fim do personagem dentro da série, mas, não foi o que aconteceu (Isso será falado mais detalhadamente a frente) e o início de um arco mais voltado para a ficção-científica, onde fomos introduzidos a questões relacionadas a inteligências artificiais, aos conceitos de LMD (Life Model Decoy – Modelos de Vida Artificial, em tradução livre) e a vilã dos dois últimos arcos da temporada, AIDA. Esse segundo arco terminou no episódio quinze, intitulado “Self Control”; que trouxe aos fãs aquele sentimento de insegurança por você não saber se o personagem que está assistindo naquele momento é um humano ou um LMD, o que torna o episódio quinze o melhor de todas as temporadas pelo alto nível emocional que traz consigo; e culminou no início do último arco (Agents of HYDRA), onde todas as questões apresentadas seriam trabalhadas, após os agentes, em especial as personagens Daisy Johnson e Jemma Simmons, completarem a árdua tarefa de escaparem de uma realidade alternativa chamada de Framework, onde a S.H.I.E.L.D. havia sido derrotada e a Hidra havia estabelecido sua supremacia.
  O mais impressionante deste arco (Agents of HYDRA) foi a aparição do Treskalion, principal base de operações da S.H.I.E.L.D., apresentado em Capitão América: Soldado Invernal, o retorno de rostos familiares como Grant Ward, que desta vez é um espião da S.H.I.E.L.D. na Hidra, e Tripp. A fotografia também deve ser considerada, neste arco em especial, os fãs foram capazes de sentir o quão sombrio e perigoso é aquele mundo virtual. Durante os episódios deste arco, era sempre constante a sensação de que ninguém está realmente seguro, de que nada é realmente o que aparece ser. Além disso, a cena em que Daisy Johnson consegue seus poderes novamente dentro da realidade virtual é excelente. 
  Em primeiro momento pode parecer que a temporada foi confusa, mas, ao contrário de muitas séries de super-heróis da atualidade, os conceitos foram bem apresentados dentro de suas tramas e trabalhados de um modo que se conectassem, principalmente nos dois últimos episódios, quando os fãs finalmente descobrem que o grande plano de AIDA é conseguir para si mesma, um corpo humano, se tornando um ser capaz de sentir emoções e sair de sua programação que não permite que ela mate seus inimigos. Em primeiro momento, toda essa questão em relação a AIDA pode ser considerada como sendo o desgastado problema de uma inteligência artificial, mas, não é o que acontece. AIDA é tão bem trabalhada em seus próprios conceitos, que se torna uma vilã excelente dentro do UCM e a provavelmente a melhor inteligência artificial vilanesca, superando Ultron, embora, essa não seja uma comparação justa, afinal, o vilão de James Spader foi apresentado em um filme sobrecarregado por si só (Introdução a novos personagens como Feiticeira Escarlate e Mercúrio, e conexões com outros filmes do UCM).
  O mais interesse é que o Motorista Fantasma, o Darkhold/Tomo Negro, os LMD e o Framework são peças que foram apresentados em momentos distintos sem quase nenhuma conexão entre si para no final se conectarem de um modo tão simples, mas, bem desenvolvido a ponto de se tornarem fundamentais um para o outro para o desfecho narrativo. Essa conexão ocorre de modo bem calmo com acontecimentos como a ida de Elena/YoYo para Framework para tentar resgatar seu par romântico, Mack e o retorno do Motorista Fantasma da dimensão alternativa para capturar AIDA após a mesma ter finalmente concretizado seus planos de conseguir um corpo humano e sentir as emoções.
  O último episódio apresenta uma reviravolta e tanto no momento em que Fitz, ainda se sentindo culpado por suas ações vilanescas dentro do Framework, e Simmons fazem uso de um LMD para atraírem AIDA, que tem o conhecimento de que não pode se aproximar do Motorista Fantasma pelo fato dele ser o único capaz de feri-la, e então, prendê-la com as correntes do hospedeiro do Espírito de Vingança, a derrotando.
  Provavelmente o momento mais tocante desta temporada, além do sacrifício do Diretor Mace para salvar uma criança de morrer soterrada por ações de uma May vilanesca de alto escalão da Hidra, foi a “despedida” entre Mack e a versão virtual do Framework de sua falecida filha, Hope, quando lentamente os códigos que compõem a realidade virtual estão se apagando. Se no episódio quinze fomos apresentados a questionamento sobre o que é ou não real, sobre quem é LMD e sobre quem não é, no último episódio fomos apresentados ao momento tocante da despedida entre um pai e uma filha.
  A temporada terminou conquistando o mérito de relacionar o sobrenatural/místico com a ficção-científica em um roteiro impecável com personagens bem desenvolvidos, cenas de ação excelentes, coreografias de luta sempre bem feitas e diálogos ótimos. O enredo não desacelera nem mesmo em seus momentos finais, quando a equipe é abordada em um restaurante e em seguida, Coulson desperta em uma nave no espaço, abrindo, deste modo, mais um território a ser explorado pela série em sua próxima temporada, que pode muito bem ter conexões com Guardiões da Galáxia, Inumanos (Próxima série da Marvel que terá cenas no espaço, mais especificamente na Lua) e Vingadores: Guerra Infinita, filme que reunirá os Heróis Mais Poderosos da Terra com os Guardiões da Galáxia. 

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